Há momentos na nossa vida em que a única frase que cabe é "Ohhh que fase!!!". Bom, euzinha estou exatamente nessa: atolada de trabalho, com problemas cuja solução parecem existir somente num futuro distânte e com a cabeça num turbilhão de discussões que parecem sem fim. Daí os meus posts breves anteriores e minha ausência na visita aos outros blogs. Hoje, todavia, tenho muito a falar. Ontem e hoje, apesar do trabalho conversei muito com minha amiga Bel e també li muito sobre a maneira como lidamos com nossas vidas e relacionamentos e isso me inspirou a escrever aqui.
Uma das coisas que li e que achei interessantissimo foi a seguinte afirmação: "Felicidade é uma combinação de sorte com escolhas bem feitas'. Perfeito, não? Mas não termina por ai para tal tem-se de trabalhar, ter talento, o acaso colaborar e tamtém ter uma disposisção interna de enxergar as coisas boas, atraindo coisas positivas. Ou seja, não é tão simples quanto parece. Ainda mais sendo uma pessoa complexa como sou para lidar com as "questões da vida", principalmente no que toca a relacionamentos. Sou passional demais, movida a encantamento para tudo e tenta racionalizar tudo o que acontece e existe. Resumindo, insanidade! Em conversas com outra amiga minha Bella chegamos a uma conclusão óbvia e, por demais contraditória. Somos mulheres do século XXI com os mesmo sonhos de heroinas românticas do século XIX. Agora durma com um barulho desses??? Então, meu fds de reflexão e leituras me trouxe mais um texto de Alberto Goldin (psicanalista) cuja coluna é da Revista do Globo de domingo que segue abaixo apartir de uma carta de leitora. Me identifiquei tanto que quase sai correndo quando comecei a ler.
"Pareço estar no limite. Ora acredito na possibilidade de encontrar o homem certo, talvez a minha alma gêmea, ora perco as esperanças. Não minto, sou exigente, eu sei! Mas me pergunto: será que sou tão exigente assim? Tenho 28 anos, sou independente, as pessoas gostam da minha companhia. Todo mundo me pergunta como posso estar sozinha. Minha auto-estima esta em dia. Mas só me aparecem homens que nada tem haver comigo. E isso não sou só eu quem diz. A té pessoas que estão de fora têm a mesma opnião! Presto atenção na beleza? Sim, e na roupa que veste (nisso eu nem tanto), e se fala certo. Quero alguém que tenha uma situação como a minha - classe média - que ser vire para pagar as contas, mas que possa desfrutar coisas boas dentro das suas possibilidades. Quero um homem com quem possa dividir tudo, que seja meu companheiro. tudo está bem na minha vida (nisso eu também tô um pouco diferente por conta dos problemas de saúde do meu pai), só me falta uma amor! Ajude-me!"
Isso seria a carta, abaixo é a coluna do cara.
"Passou uma noite agradável, uma reunião de bons amigos, excelente astral. Preparou-se para dormir, porém o sono custava a chegar.
Como sempre, fez uma retrospectiva da sua noite e, com a maior honestidade, considerou-a impecável. Então, por que estava sozinha? Nada na sua aparência ou na sua vida profissional justificava isso. Ainda assim, a solidão estav aí, como um enorme ponto de interrogação que não consegui decifrar.
É claro que existiam homens interessantes, porém, por alguma razão, não cruzavam seu caminho. Como a noite era longa e o sono escasso, pegou uma folha de papel e escreveu os nomes de cinco das suas amigas que tinham resolvido essa questão, umas se casando, outras já casadas e com filhos. Como eram bastante íntimas, conhecia bem suas histórias e, invadida por um espírito científico, escreveu em poucas linhas como cada uma delas tinha realizado o difícil milagre do amor.
Quanto concluiu sua tarefa, percebeu que todas tinham um elemento em comum: no início da relação tinham sido surpreendidas, tiveram a sensação de viver algo novo e diferente, se entregaram a uma experiência de novidade e descoberta. As cinco, mesmo que cada uma do seu jeito, confessaram que, quando começaram seus namoros, se sentiram tocadas por uma emoção especial. Umas denominaram isso paixão, outras encantamento. Mas, sem exceção, todas relataram um "encontro" no sentido pleno da palavra. Precisavem um do outro, um tinha o que faltava no outro. Não se tratava apenas de encontrar o homem certo - inclusive nem todos eram nota dez. Improtava menos a qualidade do sujeito do que a empolgação do encontro.
Nesse momento se perguntou se o motivo da sua solidão era a falta de um companheiro adequado ou o fato de não estar, de verdade, disponível para descobrir e ser descoberta por um homem. Talvez não bastasse o desejo racional de encontrar um companheiro, precisava de algo mais, estar aberta para um encontro, suprotar a modestia de admirar e não ter medo de ser admirada, sacudir seu espírito auto-suficiente para permitir a entrada de outra pessoa na sua vida.
Novamente releu sua lista de amigas casadas e preparou outra, agora das solteiras. Todas declaravam sua vontade de formar uma familia, porém algumas (não necessriamente as mais bonintas) sempre namoravam e outras, ela inclusive, mais equipadas por sua capacidade intelectual ou condições materiais, sempre tiveram dificuldades amorosas.
Agora o problema tinha mudado de foco. O que faltava não eram homens, mas mulheres "amáveis", e talvez esse fosse seu verdadeiro problema. Não tinha certeza se sua teoria era correta, porém, pela primeira vez pensou na sua forma de olhar (e admirar) os homens. Acendia-se um luz verde que facilitava avançar ou uma luz vermelhar que freava? Se estivesse certa, a questão deixava de ser externa - falta de homens adequados - para ser interna - falta de receptividade para os homens.
Vencida pelo sono, refez sua lista de mulheres acompanhas, só que agora deixou um espaço para colocar seu nome.
Bom, acho que essa coluna resume muito do que tenho pensado. Acho que o lema agora tem de ser: Deixa a vida me levar, vida leva eu....